1) Desde que ajudou a funder a primeira revista sobre maconha no Brasil muita coisa mudou?
Quando você acha que vai legalizar? Quando lançamos a semSemente, em 2012, tínhamos apenas três anunciantes brasileiros, os demais eram gringos. Hoje tem tudo no Brasil, houve uma grande expansão nesse mercado. Sobre legalizar, talvez nos próximos quatro anos terão mudanças globais que vão forçar nosso governo a regulamentar o cultivo e comércio. Agora a luta é para que este negócio fique na mão dos maconheiros e das comunidades que sempre sofreram com a proibição, essa galera não pode ficar de fora.
2) Quem você prefere? Capitão Presença ou Maconheiro Mascarado?
Ah! Eu adoro os dois personagens, é bem engraçadoquando as pessoas me reconhecem na rua como CP, mas grandes poderes exigem grandes responsabilidades!Ser o Capitão exige que eu sempre esteja apertando um, para os outros. Já o MM na verdade eu só faço a voz dele, nem semprevisto a máscara, as vezes eu tou filmando o Daniel Paiva (meu sóciono projeto) ou até mesmo outra pessoa com a máscara… adoro brincar com essas metamorfoses, é sempre divertido.
3) Dá muito trabalho fazer uma edição do Narcotustistas?
Não. É bem maneiro! É um processo tão divertido quanto a filmagem! Nós realizamos a produção de forma não linear e desconstruída, vamos para os lugares com um esboço de roteiro, mas acontecem coisas inesperadas, daí na edição a gente fecha a história, as vezes com imagens de outras viagens ou fazendo imagens novas. Agora estamos preparando para lançar o“Narcoturistas Drops”episódios curtos com cenas que ficaram de fora dos outros episódios.Além de lançarmos o sétimo episódio, “Narcoturistas AM420NIA”, filmadoem Belém do Pará.
4) Você é um dos pioneiros na Marcha da Maconha, como surgiu a iniciativa de realizar a Marcha da Maconha no RJ?
Eu fui na primeira Marcha do Rio em 2002, a mídia caiu em cima, dizendo que a policia ia identificar e processar todo mundo. Mentira, mas isso fez esvaziar a marcha… Aí em 2008, o William (do Growroom) colou na loja e sugeriu fazer uma com a nova geração de usuários e com a presença de músicos e alegorias. Aí a Marcha virou um evento de celebração, já que a luta pela legalização a gente faz todos os dias.
5) Na sua matéria sobre cultivo ilegal e como nasce o prensado que vem do Paraguai. O que foi o que mais te surpreendeu? Conversei com muita gente antes de ir pra lá, já sabia mais ou menos o que esperar… Mas ao vivo é fenomenal, é surreal você sair de uma mata fechada e se deparar com 15 hectares de plantações ilegais. Você vê montanhas de manicure resinada apodrecendo e imaginaque aquilo poderia virar toneladas de haxixe se nãofosse a ignorância de todos os envolvidos no negócio.Outra coisa que me chocou foi ver as péssimas condiçõesde moradia e trabalho dos peões paraguaios de origemindígena, mas sou um cara da cidade que nunca foi numa plantação de outras coisas para ver como é.